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Cavalieri vence o Zenyatta Stakes e segue invicta rumo à Breeders’ Cup Distaff

  • Foto do escritor: Lineage Bloodstock
    Lineage Bloodstock
  • 29 de set.
  • 5 min de leitura

A edição de 2025 do Zenyatta Stakes (G2), disputada no final de setembro no Santa Anita Park, foi um teste exigente para a divisão de fêmeas adultas nos Estados Unidos. Após um intervalo de seis meses, a égua de quatro anos Cavalieri (Nyquist), treinada por Bob Baffert e de propriedade da Speedway Stables, confirmou seu status de invicta ao conquistar sua quinta vitória consecutiva, mesmo após tropeçar na largada. Além da bolsa de US$ 200.000, o Zenyatta integra a série Breeders’ Cup Challenge, garantindo à vencedora vaga direta na Breeders’ Cup Distaff (G1), que será realizada em Del Mar, San Diego, Califórnia.


A prova foi disputada sobre 1 1/16 milhas (1700 metros) na pista de areia de Santa Anita. Cavalieri não corria desde o Beholder Mile (G1), em março, e voltou à competição com certa tensão, perdendo terreno logo na largada. Sob a condução de Juan Hernández, a filha de Nyquist foi colocada em posição de espera, atrás da companheira de cocheira Richi (Practical Joke) e das demais concorrentes, entre elas a campeã do ano anterior Sugar Fish (Accelerate) e a peruana La Kika (Badge of Silver).

Cavalieri (Nyquist) vencendo no Zenyatta Stakes (G2) de orelhas empinadas.
Cavalieri (Nyquist) vencendo no Zenyatta Stakes (G2) de orelhas empinadas.

Na metade da prova, o ritmo era ditado por Richi (Practical Joke), égua chilena de notável campanha internacional, com vitórias no Gran Premio Tanteo de Potrancas (G1) e Alberto Solari (G1) em seu país natal, além de conquistas graduadas nos EUA. Cavalieri, em progressão por fora, começou a avançar gradualmente, mostrando sua habitual aceleração longa. Na reta final, emparelhou com Richi, dominou com facilidade e abriu vantagem de 1¼ corpos, finalizando com o tempo de 1:42.64.


As declarações pós-corrida confirmaram a superioridade da invicta. Juan Hernández comentou: “Ela estava nervosa no início, mas logo se assentou e demonstrou sua categoria.” Baffert ressaltou que o objetivo era dar um trabalho forte antes da Breeders’ Cup, e que o Zenyatta cumpriu esse papel. Richi, montada por Flavien Prat, chegou em segundo com valentia, mas sem forças para conter o avanço final da adversária. Sugar Fish, a defensora do título, teve desempenho apagado e terminou em quarto, enquanto La Kika jamais entrou na prova e cruzou em último.


Richi merece destaque não apenas pelo desempenho, mas pelo que representa para a criação do Chile. Neta do milheiro Practical Joke (Into Mischief), Richi foi campeã da sua geração em seu país, e adaptou-se com rapidez ao treinamento de Michael McCarthy nos Estados Unidos, onde conquistou provas como o Santa Maria Stakes (G2). Seu segundo lugar no Zenyatta, após ditar o ritmo por boa parte do percurso, reafirma sua classe e aponta para um futuro promissor em distâncias intermediárias. No entanto, frente a Cavalieri, encontrou uma oponente invulnerável, superior em potência e fundo.


La Kika (Badge of Silver) fez sua estreia em solo norte-americano após campanha vitoriosa na América do Sul, incluindo o Clásico Pamplona (G1) no Hipódromo de Monterrico, no Peru, que lhe garantiu vaga direta na Breeders’ Cup Filly & Mare Turf. Treinada por Doug O’Neill, teve pouco tempo para se adaptar, o que pode ter influenciado seu desempenho decepcionante. Largou mal e nunca ameaçou, encerrando em último lugar.

Vídeo do Zenyatta Stakes (G2) no Santa Anita Park.

Mais do que uma prova de Grupo 2, o Zenyatta é um bilhete direto para a Breeders’ Cup Distaff, uma das mais prestigiadas provas para fêmeas na areia dos Estados Unidos. Além da premiação em dinheiro, a vitória garante inscrição gratuita e despesas cobertas para disputar uma bolsa de US$ 2 milhões em novembro. Anteriormente chamada de Lady’s Secret Stakes, a prova passou a homenagear a lendária Zenyatta (Street Cry) em 2012, vencedora da corrida por três anos consecutivos. Vencedoras como Hollywood Wildcat (Kris S.), Azeri (Jade Hunter), Zenyatta, e Beholder (Henny Hughes) usaram o Zenyatta como trampolim para a glória na Breeders’ Cup Distaff.


Em 2025, o Zenyatta reuniu talentos de diferentes regiões: a norte-americana Cavalieri, a chilena Richi, a peruana La Kika e a veterana Sugar Fish. A atuação dominante de Cavalieri, especialmente após mais de seis meses de inatividade, consolidou seu lugar entre as melhores da temporada.


O triunfo de Cavalieri valoriza ainda mais a ascendência de Nyquist (Uncle Mo) como reprodutor e a linhagem materna de resistência de Stiffed (Stephen Got Even). A boa performance de Richi reafirma o nível das fêmeas criadas no Chile para competir nos EUA, enquanto a atuação apagada de La Kika levanta dúvidas sobre a competitividade do “Win and You’re In” conquistado no Pamplona, no Peru.


Com vitórias no La Cañada Stakes (G3), Beholder Mile (G1) e agora no Zenyatta (G2), Cavalieri soma cinco triunfos invictos e se projeta como uma das principais candidatas ao Distaff. Arrematada por US$ 900.000 no Leilão OBS April de 2023, hoje sua compra parece uma barganha, ainda que suas premiações somem até agora US$ 438.000. Mostrando versatilidade tática e um remate potente, Cavalieri impõe respeito em qualquer cenário.


Na Breeders’ Cup Distaff, Cavalieri enfrentará o que há de melhor: a campeã Idiomatic (Curlin), a múltipla ganhadora de G1 Nest (Curlin), e as ascendentes Nitrogen (Medaglia d’Oro) e Clicquot (Quality Road). Sua principal vantagem: chegará à prova invicta, algo raro no Distaff. Poucas éguas entraram com retrospecto perfeito e nenhuma venceu nos últimos anos. O desafio será manter esse domínio em Del Mar, uma pista diferente e com nível elevado de adversárias. Ainda assim, sua performance no Zenyatta e a confiança de sua equipe indicam que Cavalieri pode repetir Zenyatta (Street Cry) e vencer a Distaff sem jamais ter sido derrotada.


Nyquist (Uncle Mo), nascido em 2013, foi um craque nas pistas. Campeão aos dois anos em 2015, venceu a Breeders’ Cup Juvenile (G1), o Del Mar Futurity (G1) e o FrontRunner Stakes (G1). Aos três, triunfou no Florida Derby (G1) e no Kentucky Derby (G1). Com 8 vitórias em 11 saídas, foi um dos principais filhos de Uncle Mo (Indian Charlie). Ingressou no haras da Darley em 2017 e rapidamente produziu ganhadores graduados. Em 2025, seu serviço está cotado em US$ 175.000, reflexo da alta demanda.

Nyquist (Uncle Mo) posando para fotógrafos em Jonabell, Darley, Lexington, Kentucky.
Nyquist (Uncle Mo) posando para fotógrafos em Jonabell, Darley, Lexington, Kentucky.

Geneticamente, Nyquist combina velocidade e resistência, unindo Indian Charlie e In Excess no lado paterno, e Forestry (Storm Cat) e Seeking the Gold (Mr. Prospector) no lado materno. Apresenta duplicação 5x5 de Northern Dancer, uma das figuras mais influentes da criação do século XX.


A mãe de Cavalieri, Stiffed, é uma filha de Stephen Got Even (A.P. Indy) com High Noon Nellie (Silver Deputy). Como corredora, somou 5 vitórias em 19 atuações, com conquistas em provas de black type e colocações graduadas, acumulando US$ 256.559 em prêmios. Sua linhagem aporta resistência e mentalidade competitiva. Cavalieri é, até o momento, sua principal descendente, refletindo o êxito do cruzamento com Nyquist.


A combinação Nyquist x Stiffed une velocidade e precocidade com fundo e temperamento, uma fórmula que resultou em uma corredora completa e de altíssimo nível. O pedigree de Cavalieri ainda apresenta inbreeding raro em Cox’s Ridge (Best Turn), associado a resistência, além de influências de Mr. Prospector por meio de Seeking the Gold e Silver Deputy.


A vitória de Cavalieri (Nyquist) no Zenyatta Stakes (G2) não apenas ampliou sua invencibilidade para cinco apresentações, como a posicionou entre as grandes favoritas para a Breeders’ Cup Distaff. A corrida mostrou sua capacidade de superar adversidades — incluindo uma má largada e longa ausência — e impôs sua superioridade diante de adversárias como Richi (Practical Joke) e a campeã anterior Sugar Fish (Accelerate).


Para os criadores, Cavalieri representa o sucesso de um cruzamento inteligente, em que linhas de velocidade e fundo se complementam para formar uma atleta de elite. Seu desempenho reafirma a relevância das linhagens de Uncle Mo (Indian Charlie) e A.P. Indy na criação moderna. O mundo do turfe estará atento à sua atuação em Del Mar, onde uma vitória invicta poderá eternizá-la ao lado de lendas como Zenyatta e consolidá-la como ícone da reprodução internacional.

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