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Game Winner chega ao Brasil como representante da linha paterna de Candy Ride

  • Foto do escritor: Lineage Bloodstock
    Lineage Bloodstock
  • 1 de ago.
  • 6 min de leitura

Atualizado: 4 de ago.

A notícia de que o campeão norte-americano Game Winner (Candy Ride) acaba de chegar à Fazenda Mondesir, em Bagé (Rio Grande do Sul, Brasil), agitou o turfe sul-americano. Trata-se do primeiro vencedor do Eclipse Award de 2 anos da era Candy Ride a cruzar a linha do equador para servir no Brasil — e fará isso em uma das coudelarias mais tradicionais e pioneiras na importação de genética de ponta no país. O campeão cobrirá as temporadas 2025 e 2026 no hemisfério sul, com vagas limitadas para éguas externas. Ele cumprirá quarentena para iniciar a reprodução a tempo do pico de cio das éguas do Cone Sul.

Game Winner (Candy Ride) vencendo o American Pharoah (G1) aos 2 anos.
Game Winner (Candy Ride) vencendo o American Pharoah (G1) aos 2 anos.

Localizada no coração do polo criador gaúcho, a Fazenda Mondesir vem se consolidando como destino de grandes garanhões, desde a bem-sucedida estadia de Ghadeer (Lyphard) nos anos 80 até o mais recente sucesso de Agnes Gold (Deep Impact). A chegada de Game Winner reforça a estratégia do haras de combinar velocidade americana com fundo europeu, representado hoje no plantel por Outstrip, que vem mostrando bons números com sua primeira geração. Outros reprodutores que serviram na propriedade incluem: Duke Of Marmalade (Vaguely Noble), Free Hand (Gallant Man), Mark Of Esteem (Darshaan), Gilded Time (Timeless Moment), o shuttle Shanghai Bobby (Harlan’s Holiday) em 2014, e o campeão milheiro da temporada 2020-21 no Brasil, Olympic Jhonsnow (Agnes Gold). É inegável que a linha de garanhões, atualmente comandada pelo Dr. Paulo Bergamo com a assistência do Dr. Luan Kickofel, já contou com ótimos reprodutores, e acreditamos que isso continuará assim.

Game Winner foi leiloado como yearling na "Keeneland Association September Yearling Sale" de 2017 por US$ 110.000 pela Lane’s End, sendo adquirido pelo agente Ben Glass. Filho do campeão argentino Candy Ride e da égua Indyan Giving (A. P. Indy), Game Winner foi o invicto “Campeão de 2 Anos” dos Estados Unidos em 2018, após vencer três G1 consecutivos e somar quatro vitórias em quatro saídas: Maiden Special Weight, Del Mar Futurity (G1), American Pharoah (G1) e Breeders’ Cup Juvenile (G1) — uma sequência raríssima. Encerrou a campanha com mais de US$ 2 milhões em prêmios, incluindo vitória no Los Alamitos Derby (G3) e segundos lugares no Rebel Stakes (G2) e Santa Anita Derby (G1), além de um 5.º lugar no Kentucky Derby, a apenas 3 ½ corpos, após uma corrida complicada. Esse binômio de precocidade e solidez na milha longa é exatamente o que o turfe brasileiro busca injetar em seu plantel de linhas maternas voltadas ao gramado.

Retirado à Lane’s End em 2021, Game Winner estreou como garanhão entre os top-10 dos freshman sires em 2024, com 13 vencedores e o G1SW Gaming. Em 2025, adicionou a potra “TDN Rising Star” Maysam e o recente vencedor de black-type em Del Mar, Game Warrior. Em abril, em Keeneland, o potro Will To Prepare, treinado por Cherie DeVaux, venceu de forma convincente em sua estreia. No total, já são 21 vencedores, colocando-o em 5.º lugar entre os garanhões de segunda geração por soma em prêmios. Seus filhos mostram a garupa longa típica de Candy Ride e a amplitude de passada característica dos descendentes de A. P. Indy, o que tem se traduzido em uma taxa de vencedores sobre corredores de 55%, muito acima da média dos reprodutores norte-americanos.

A Lane’s End lançou o cavalo com uma taxa de US$ 30.000 (stands & nurses) e ele cobriu 131 éguas em 2022, gerando receita potencial de quase US$ 3,9 milhões. Em 2023, manteve o fee e cobriu 96 éguas; em 2024, com taxa reduzida para US$ 20.000, cobriu 62, ainda movimentando mais de US$ 1,2 milhão em faturamento anual. Seus primeiros yearlings foram vendidos por até US$ 280.000, e as 16 primeiras éguas prenhas comercializadas alcançaram média de US$ 250.000, margem que permitiu à Lane’s End amortizar com folga o investimento no cavalo e posicioná-lo como “value sire” na faixa dos vinte mil dólares.

O Brasil carece de representantes diretos de Candy Ride que combinem precocidade com performance em pista de areia, superfície ainda pouco valorizada no país. Game Winner preenche essa lacuna como o primeiro filho do campeão argentino a atuar por aqui. Seu pedigree é livre de Northern Dancer nas cinco primeiras gerações, oferecendo um outcross perfeito para éguas descendentes de Drosselmeyer, Agnes Gold ou Wild Event, linhas dominantes na região. Além disso, sua consistência comercial transforma cada cobertura em aposta dupla: genética de elite e potencial de revenda de yearlings para o mercado norte-americano, onde os produtos “southern-time” ganham cada vez mais tração. Se responder em Bagé como respondeu em Kentucky, Game Winner pode se tornar o novo polo de atração para criadores argentinos e uruguaios que já enviam éguas ao Rio Grande do Sul em busca de sangue internacional de primeira linha.

Sabemos que o cruzamento Candy Ride – A. P. Indy é altamente exitoso (12% de black-type winners sobre corredores), algo que pode ser parcialmente explicado pelo Rasmussen Factor 4x6 em Alanesian (Polynesian), gerado neste acasalamento. O garanhão argentino carrega a matriarca na 4.ª geração via Herbalesian, mãe de seu pai Ride the Rails, enquanto A. P. Indy (Seattle Slew) a repete na 6.ª geração por meio de Boldnesian, pai de Bold Reasoning e avô de Seattle Slew. Ao mesmo tempo, o cruzamento mantém um perfil relativamente livre de Northern Dancer e inclui Mr. Prospector apenas uma vez nas primeiras gerações, o que deixa “espaço genético” para acrescentar essas linhas por meio das receptoras sem elevar excessivamente a consanguinidade. O resultado prático é uma equação de precocidade + fundo intermediário + eficácia.

O ramo 1-x de La Troienne, que culmina em Game Winner, é um exemplo de “escada genética”: cada geração adiciona velocidade ou resistência sem perder a robustez e fertilidade fixadas pela grande matriarca. Parte de Baby League e sua filha Striking, que forneceram a dureza de War Admiral; segue com Batter Up (Tom Fool) e Bravissimo (Bold Ruler). A produção chave chega com Bravo Native (Restless Native), discreta nas pistas, mas mãe da stakes-winner Cherokee Wonder e avó do milionário Cherokees Boy.

Game Winner (Candy Ride) conhecendo seu novo teto na coudelaria da Fazenda Mondesir, Bagé, Rio Grande do Sul, Brasil.
Game Winner (Candy Ride) conhecendo seu novo teto na coudelaria da Fazenda Mondesir, Bagé, Rio Grande do Sul, Brasil.

Embora o cavalo se estabeleça na coudelaria da tradicional família Peixoto de Castro, vários haras se uniram para tornar Game Winner uma realidade para o turfe brasileiro. Os principais criadores do país aderiram ao projeto: Haras Legacy (antigo H&R), o líder absoluto das estatísticas brasileiras Haras Santa Maria de Araras, Eternamente Rio (com o Dr. Raúl entusiasmado com a chegada do Candy Ride), JCR, o Stud Red Rafa (criador e proprietário de Cincel (Alpha), líder da geração e recente ganhador do Grande Prêmio Brasil), Haras Fronteira e Estrela Nova (onde residem Arrocha (Pounced) e Taareef (Kitten’s Joy)), Stud Embalagem, Haras Anderson (criador da campeã Night Of Rose, vencedora do G.P. Seabra), Atafona, Haras Belmont (em grande fase no Paraná), Haras Clark Leite, o haras uruguaio Cuatro Piedras sob a gestão do Dr. Ulisses Lignon Carneiro, Stud Hulk, o próprio Mondesir, Haras Do Morro, Haras Old Friends (de Julinho Camargo, presidente da ABCPCC), Stud Quintella, Santa Rita da Serra (em ótima fase com Sangarius), e Haras Di Cellius (em Bagé, dirigido pelo Dr. Igor Kickofel), completando a lista de 20 participantes nas duas próximas temporadas com o garanhão de propriedade da Lane’s End.

Acreditamos que Game Winner terá resultados expressivos no Brasil. A linha de Candy Ride já brilhou na Argentina com Señor Candy, no Uruguai com Sloane Avenue, nos EUA com Gun Runner e se renova com o ascendente Vekoma e este ano com o freshman sire Rock Your World. Por que não teria o mesmo sucesso no Brasil? Com números comerciais sólidos no competitivo mercado norte-americano, estreia como garanhão já consagrado como reprodutor de G1, e a adesão de vinte dos principais haras da região, Game Winner chega com todos os ingredientes para replicar no Cone Sul o sucesso da linha Candy Ride na América do Sul. Se o plano de coberturas seguir conforme o previsto, o Brasil seguirá preenchendo seu déficit de velocidade e precocidade em seu pool genético.

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